terça-feira, 27 de novembro de 2012

PROJETO LER E ESCREVER - O Menino do Pijama Listrado


    O projeto foi desenvolvido pelas disciplinas de Língua Portuguesa e História, com os alunos do 3º Anos A, B e C.
    As atividades realizadas foram as seguintes: Leitura dos capítulos da obra "O menino do pijama listrado", atividades de sensibilização, vídeos de duas sobreviventes do holocausto, filme "O menino do pijama listrado",  leitura de textos sobre " A intolerância" e produção textual no gênero dissertativo argumentativo com o tema " As várias faces da intolerância no mundo moderno".


A intolerância humana – O mito de Procusto





Ano passado os noticiários repetiam amiúde um fato assustador de intolerância que chocou muitos brasileiros, uma gangue de garotos de classe média atacou gratuitamente três homossexuais em plena Avenida paulista, aquela cena de homofobia faz lembrar o mito de Procusto.     
Procusto era um ladrão que vivia de roubar quem passasse pela estrada que ligava Mégara a Atenas, só poderia cruzar seu caminho quem passasse por um terrível julgamento, o bandido possuía uma cama de ferro de seu tamanho exato, nenhum centímetro a mais ou a menos, onde ele fazia sua vítima deitar-se, se a pessoa fosse maior que a cama amputava-lhe as pernas, se fosse menor era esticada até atingir o tamanho desejado. Esse horror só teve fim quando o herói Teseu fez a ele o mesmo que ele sempre fazia às suas vítimas, colocou-o na cama, mas um pouco para o lado, sobrando assim  a cabeça e os pés que foram amputados pelo herói.
   O mito de Procusto é uma alegoria da intolerância. Apesar de diversidade ser uma característica humana, o ser humano tem agido como Procusto, em grande parte acreditando estar sendo justo. Num dos episódios desse mito, Atena, a deusa da sabedoria, incomodada pelos gritos das vítimas resolveu tomar uma providência e foi ter com o bandido, mas ficou sem palavras quando este argumentou que estava fazendo justiça porque sua cama nada mais fazia do que acabar com as diferenças entre as pessoas. O silêncio de Atena foi interpretado como aprovação e só fez reforçar a crueldade do bandido.
    Quando Teseu procurou por Procusto, o ladrão pensando que seria uma visita amigável, tentou convencer o herói da legitimidade de suas ações. No entanto, Teseu responde que injusto é tentar igualar as pessoas que são diferentes por natureza, por isso cada uma tem o direito de ser como é.
     Homofobia e todo tipo de preconceito são males sociais gravíssimos, sintomas agudos de intolerância.
     A intolerância traz angústia, infelicidade e solidão.
    Deixar o ser, ser o que é, sem resistência, pode ser o início de uma vida mais harmônica e feliz. E ser feliz é o que todos almejam, independente de estilo de vida, etnia, crença religiosa, n° de manequim, nacionalidade, orientação sexual ou classe social.

Jane Maria de Almeida Barbosa




Imagens de sensibilização























Fonte:http://www.arqshoah.com.br/  ;  viagem.uol.com.br/album/polonia_marcha_album.jhtm

A Intolerância

     No mundo contemporâneo, cada vez mais a temática da “intolerância” tem assumido notoriedade.          
   Frequentemente somos abordados por notícias envolvendo alguma prática de intolerância, manifestada sob formas inclusive violentas. Agressões contra minorias sexuais, étnicas ou religiosas, por exemplo, não são raras e nos levam a questionar que rumos a humanidade tem tomado, quando se fala tanto sobre a necessidade de um maior respeito às diferenças individuais e sociais.
   Leia, atentamente, os textos a seguir. Trata-se de matérias jornalísticas que retratam bem como a intolerância tem se tornado um agravante no nosso cotidiano.

TEXTO I:
POLÍCIA INVESTIGA AÇÃO DE SKINHEADS CONTRA GAYS NO RIO DE JANEIRO (Ítalo Nogueira)

    Cartazes em defesa do “orgulho hétero” e cartilhas contra o projeto que criminaliza a homofobia foram espalhados pela periferia do Rio por grupos de skinheads.
    Para a polícia do Rio, essas gangues são responsáveis por uma série de ataques a homossexuais da zona sul do Rio, em Nova Iguaçu, São Gonçalo e Niterói.
    A polícia diz não saber quantos gays foram vítimas dos skinheads, que se organizam pela web. Mas apura se Alexandre Ivo, 14, torturado e morto há duas semanas em São Gonçalo, foi vítima de ataque homofóbico.
    Ele e amigos participavam de uma festa quando começou uma discussão com outro grupo.  Após a briga, com agressões verbais e físicas, os amigos de Alexandre foram à delegacia registrar queixa e voltaram para a festa.
   Por volta de 1h30, o menino foi embora sozinho. Não foi mais visto. No dia seguinte, seu corpo foi achado em um terreno baldio. Havia sido asfixiado e tinha lesões no crânio, possivelmente causadas por pedradas e agressões com barras de ferro.
   A polícia chegou aos suspeitos pelo Disque-Denúncia e apura se o crime foi motivado por homofobia ou pela briga. Para a mãe de Ivo, Angélica Vidal Ivo, 40, ele “sofreu a agressão por conviver com homossexuais”.
   Os três envolvidos, Allan Siqueira de Freitas, 22, André Luiz Maçole, 23, Eric DeBruim, 22, presos preventivamente, negam o crime e ligação com skinheads.A Secretaria Estadual de Direitos Humanos do Rio acompanha as investigações e ONGs organizaram passeata contra o crime. Amigos de Ivo dizem, porém, que foram ameaçados. “Uma pessoa me ligou e disse que ia me matar se eu viesse”, disse um rapaz.
   A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática diz fazer rondas sistemáticas para tirar do ar sites que defendam a homofobia.
   “Conseguimos tirar quando há defesa clara a agressões ou assassinatos, por ser incitação ao crime. Mas uma lei contra a homofobia, como existe contra o racismo, facilitaria nossa ação”, diz a delegada Helen Sardenberg.



TEXTO II:
MISSÃO DE INVESTIGAÇÃO SOBRE CASOS DE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA EM ESCOLAS DO RIO DE JANEIRO

    Relatoria do Direito Humano à Educação deu início ontem (4/5) à missão de investigação sobre casos de intolerância religiosa em escolas do Rio de Janeiro. Centro de Integração da Cultura Afro-Brasileira
    A viagem integra a missão nacional “Educação e Racismo no Brasil”, a ser realizada em 2010 em vários estados. Além da problemática da intolerância religiosa contra estudantes, famílias e profissionais de educação vinculados ao candomblé, à umbanda e a outras religiões de matriz africana, a missão nacional 2010 abordará outros casos de racismo no cotidiano das unidades educacionais (das creches a universidades) e a situação da educação em áreas remanescentes de quilombos.
   A missão sobre intolerância religiosa no Rio de Janeiro ocorre até amanhã (6/5) e ouvirá lideranças religiosas, estudantes e familiares, pesquisadores (as) e autoridades do Ministério Público e da Segurança Pública. Ontem, a equipe da Relatoria foi recebida em audiência pela Secretária Estadual de Educação, Teresa Porto, e por sua equipe e visitou terreiros de candomblé na região metropolitana. A missão conta com o apoio da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro.
   "Submetida a um pacto de silêncio, a discriminação e violência históricas contra pessoas adeptas de religiões de matriz africana sofre de profunda invisibilidade no debate educacional. As denúncias apontam que ela vem aumentando em decorrência do crescimento de determinados grupos neopentecostais nas periferias das cidades e de seu poder midiático; da ambiguidade das políticas educacionais com relação à defesa explícita da laicidade do Estado e do insuficiente investimento na implementação da lei 10.639/2003 que tornou obrigatório o ensino da história e da cultura africana e afro-brasileira em toda a educação básica", afirma Denise Carreira, Relatora Nacional de Educação.
    Entre as denúncias que chegaram à Relatoria de diversas regiões do país encontram-se casos de violência física (socos e até apedrejamento) contra estudantes; demissão ou afastamento de profissionais de educação adeptos de religiões de matriz africana ou que abordaram conteúdos dessas religiões em classe; proibição de uso de livros e do ensino da capoeira em espaço escolar; desigualdade no acesso a dependências escolares por parte de lideranças religiosas, em prejuízo das vinculadas à matriz africana; omissão diante da discriminação ou abuso de atribuições por parte de professores e diretores etc. Essas situações, muitas vezes, levam estudantes à repetência, evasão ou solicitação de transferência para outras unidades educacionais, comprometem a autoestima e contribuem para o baixo desempenho escolar.
    As informações da missão ao Rio de Janeiro e de outros estados farão parte do relatório nacional, que será apresentado pela Relatoria ao Congresso Nacional, ao Conselho Nacional de Educação, ao Ministério Público Federal, às autoridades educacionais, aos organismos das Nações Unidas e às instâncias internacionais de direitos humanos.

(Publicado em 5 de maio de 2010. Disponível em:http://portalciafro.org.br/index.php?option=comcontent&task=view&id=432&Itemid=39)


 
 

 

Sobreviventes do holocausto






Cena 37 do filme: A lista de Schindler