O projeto foi desenvolvido pelas disciplinas de Língua Portuguesa e História, com os alunos do 3º Anos A, B e C.
As atividades realizadas foram as seguintes: Leitura dos capítulos da obra "O menino do pijama listrado", atividades de sensibilização, vídeos de duas sobreviventes do holocausto, filme "O menino do pijama listrado", leitura de textos sobre " A intolerância" e produção textual no gênero dissertativo argumentativo com o tema " As várias faces da intolerância no mundo moderno".
A intolerância humana – O mito de Procusto
Ano passado os noticiários
repetiam amiúde um fato assustador de intolerância que chocou muitos
brasileiros, uma gangue de garotos de classe média atacou gratuitamente três
homossexuais em plena
Avenida paulista, aquela cena de homofobia faz lembrar o mito
de Procusto.
Procusto era um ladrão que vivia de roubar
quem passasse pela estrada que ligava Mégara a Atenas, só poderia cruzar seu
caminho quem passasse por um terrível julgamento, o bandido possuía uma cama de
ferro de seu tamanho exato, nenhum centímetro a mais ou a menos, onde ele fazia
sua vítima deitar-se, se a pessoa fosse maior que a cama amputava-lhe as
pernas, se fosse menor era esticada até atingir o tamanho desejado. Esse horror
só teve fim quando o herói Teseu fez a ele o mesmo que ele sempre fazia às suas
vítimas, colocou-o na cama, mas um pouco para o lado, sobrando assim a
cabeça e os pés que foram amputados pelo herói.
O
mito de Procusto é uma alegoria da intolerância. Apesar de diversidade ser uma
característica humana, o ser humano tem agido como Procusto, em grande parte
acreditando estar sendo justo. Num dos episódios desse mito, Atena, a deusa da
sabedoria, incomodada pelos gritos das vítimas resolveu tomar uma providência e
foi ter com o bandido, mas ficou sem palavras quando este argumentou que estava
fazendo justiça porque sua cama nada mais fazia do que acabar com as diferenças
entre as pessoas. O silêncio de Atena foi interpretado como aprovação e só fez
reforçar a crueldade do bandido.
Quando
Teseu procurou por Procusto, o ladrão pensando que seria uma visita amigável,
tentou convencer o herói da legitimidade de suas ações. No entanto, Teseu
responde que injusto é tentar igualar as pessoas que são diferentes por
natureza, por isso cada uma tem o direito de ser como é.
Homofobia
e todo tipo de preconceito são males sociais gravíssimos, sintomas agudos de
intolerância.
A
intolerância traz angústia, infelicidade e solidão.
Deixar
o ser, ser o que é, sem resistência, pode ser o início de uma vida mais
harmônica e feliz. E ser feliz é o que todos almejam, independente de estilo de
vida, etnia, crença religiosa, n° de manequim, nacionalidade, orientação sexual
ou classe social.
Jane
Maria de Almeida Barbosa
Jane Maria de Almeida Barbosa
Imagens de sensibilização
Fonte:http://www.arqshoah.com.br/ ; viagem.uol.com.br/album/polonia_marcha_album.jhtm
A
Intolerância
No mundo contemporâneo, cada vez
mais a temática da “intolerância” tem assumido notoriedade.
Frequentemente somos abordados por notícias envolvendo alguma prática de intolerância, manifestada sob formas inclusive violentas. Agressões contra minorias sexuais, étnicas ou religiosas, por exemplo, não são raras e nos levam a questionar que rumos a humanidade tem tomado, quando se fala tanto sobre a necessidade de um maior respeito às diferenças individuais e sociais.
Frequentemente somos abordados por notícias envolvendo alguma prática de intolerância, manifestada sob formas inclusive violentas. Agressões contra minorias sexuais, étnicas ou religiosas, por exemplo, não são raras e nos levam a questionar que rumos a humanidade tem tomado, quando se fala tanto sobre a necessidade de um maior respeito às diferenças individuais e sociais.
Leia, atentamente, os textos a
seguir. Trata-se de matérias jornalísticas que retratam bem como a intolerância
tem se tornado um agravante no nosso cotidiano.
TEXTO I:
POLÍCIA INVESTIGA AÇÃO DE SKINHEADS CONTRA GAYS NO RIO DE JANEIRO (Ítalo
Nogueira)
Cartazes em defesa do “orgulho hétero”
e cartilhas contra o projeto que criminaliza a homofobia foram espalhados pela
periferia do Rio por grupos de skinheads.
Para a polícia do Rio, essas
gangues são responsáveis por uma série de ataques a homossexuais da zona sul do
Rio, em Nova Iguaçu ,
São Gonçalo e Niterói.
A polícia diz não saber quantos
gays foram vítimas dos skinheads, que se organizam pela web. Mas apura se
Alexandre Ivo, 14, torturado e morto há duas semanas em São Gonçalo , foi
vítima de ataque homofóbico.
Ele e amigos participavam de uma
festa quando começou uma discussão com outro grupo. Após a briga, com agressões verbais e
físicas, os amigos de Alexandre foram à delegacia registrar queixa e voltaram
para a festa.
Por volta de 1h30, o menino foi
embora sozinho. Não foi mais visto. No dia seguinte, seu corpo foi achado em um
terreno baldio. Havia sido asfixiado e tinha lesões no crânio, possivelmente
causadas por pedradas e agressões com barras de ferro.
A polícia chegou aos suspeitos
pelo Disque-Denúncia e apura se o crime foi motivado por homofobia ou pela
briga. Para a mãe de Ivo, Angélica Vidal Ivo, 40, ele “sofreu a agressão por
conviver com homossexuais”.
Os três envolvidos, Allan
Siqueira de Freitas, 22, André Luiz Maçole, 23, Eric DeBruim, 22, presos
preventivamente, negam o crime e ligação com skinheads.A Secretaria Estadual de
Direitos Humanos do Rio acompanha as investigações e ONGs organizaram passeata
contra o crime. Amigos de Ivo dizem, porém, que foram ameaçados. “Uma pessoa me
ligou e disse que ia me matar se eu viesse”, disse um rapaz.
A Delegacia de Repressão aos
Crimes de Informática diz fazer rondas sistemáticas para tirar do ar sites que
defendam a homofobia.
“Conseguimos tirar quando há
defesa clara a agressões ou assassinatos, por ser incitação ao crime. Mas uma
lei contra a homofobia, como existe contra o racismo, facilitaria nossa ação”,
diz a delegada Helen Sardenberg.
(Folha de São Paulo Online. 6 de
julho de 2010. Disponível em: http://criasnoticias.wordpress.com/2010/07/07/policia-investiga-acao-de-skinheads-contra-gays-no-rio-de-janeiro/)
TEXTO II:
MISSÃO DE
INVESTIGAÇÃO SOBRE CASOS DE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA EM ESCOLAS DO RIO DE
JANEIRO
Relatoria do Direito Humano à
Educação deu início ontem (4/5) à missão de investigação sobre casos de
intolerância religiosa em escolas do Rio de Janeiro. Centro de Integração da
Cultura Afro-Brasileira
A viagem integra a missão nacional
“Educação e Racismo no Brasil”, a ser realizada em 2010 em vários estados. Além
da problemática da intolerância religiosa contra estudantes, famílias e
profissionais de educação vinculados ao candomblé, à umbanda e a outras
religiões de matriz africana, a missão nacional 2010 abordará outros casos de
racismo no cotidiano das unidades educacionais (das creches a universidades) e
a situação da educação em áreas remanescentes de quilombos.
A missão sobre intolerância
religiosa no Rio de Janeiro ocorre até amanhã (6/5) e ouvirá lideranças
religiosas, estudantes e familiares, pesquisadores (as) e autoridades do Ministério
Público e da Segurança Pública. Ontem, a equipe da Relatoria foi recebida em
audiência pela Secretária Estadual de Educação, Teresa Porto, e por sua equipe
e visitou terreiros de candomblé na região metropolitana. A missão conta com o
apoio da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro.
"Submetida a um pacto de
silêncio, a discriminação e violência históricas contra pessoas adeptas de
religiões de matriz africana sofre de profunda invisibilidade no debate
educacional. As denúncias apontam que ela vem aumentando em decorrência do
crescimento de determinados grupos neopentecostais nas periferias das cidades e
de seu poder midiático; da ambiguidade das políticas educacionais com relação à
defesa explícita da laicidade do Estado e do insuficiente investimento na
implementação da lei 10.639/2003 que tornou obrigatório o ensino da história e
da cultura africana e afro-brasileira em toda a educação básica", afirma
Denise Carreira, Relatora Nacional de Educação.
Entre as denúncias que chegaram à
Relatoria de diversas regiões do país encontram-se casos de violência física
(socos e até apedrejamento) contra estudantes; demissão ou afastamento de
profissionais de educação adeptos de religiões de matriz africana ou que
abordaram conteúdos dessas religiões em classe; proibição de uso de livros e do
ensino da capoeira em espaço escolar; desigualdade no acesso a dependências
escolares por parte de lideranças religiosas, em prejuízo das vinculadas à
matriz africana; omissão diante da discriminação ou abuso de atribuições por
parte de professores e diretores etc. Essas situações, muitas vezes, levam
estudantes à repetência, evasão ou solicitação de transferência para outras
unidades educacionais, comprometem a autoestima e contribuem para o baixo
desempenho escolar.
As informações da missão ao Rio
de Janeiro e de outros estados farão parte do relatório nacional, que será
apresentado pela Relatoria ao Congresso Nacional, ao Conselho Nacional de
Educação, ao Ministério Público Federal, às autoridades educacionais, aos
organismos das Nações Unidas e às instâncias internacionais de direitos
humanos.
(Publicado em 5 de maio de 2010.
Disponível em:http://portalciafro.org.br/index.php?option=comcontent&task=view&id=432&Itemid=39)
Sobreviventes do holocausto
Sobreviventes do holocausto
Cena 37 do filme: A lista de Schindler